O segundo dia de audiência da Operação Mensageiro, realizado em Lages, teve 12 horas de duração ao encerrar com o interrogatório do prefeito afastado, Antonio Ceron. Na terça-feira (18), o político, que se tornou réu da investigação, negou todas as acusações apresentadas contra ele e declarou: “Prefiro apodrecer na cadeia, se eu for culpado”.
Nenhuma prova concreta
O prefeito reeleito da cidade afirmou à desembargadora encarregada da operação e aos representantes do Ministério Público que, durante o processo, não encontrou nenhuma acusação com provas concretas, apenas narrativas. Além disso, ele declarou que “100% das acusações são falsas”.
Apenas conhecido
Antonio Ceron mencionou que conhecia o dono da empresa Serrana há mais de 30 anos, mas também negou qualquer relação de amizade com ele. O prefeito explicou que os contratos passavam pelo seu gabinete após o processo licitatório, mas ressaltou que nunca o dono da Serrana ou qualquer outro empresário havia se aproximado dele para tratar de licitações.
Licitações
Segundo ele, tanto Antonio Cesar Arruda quanto Eroni Delfes, ambos ex-secretários e também réus na operação, não conversavam com ele sobre as licitações. Ele afirma que sabia das licitações, pois tinha acesso a uma relação dos processos licitatórios em andamento. Ceron declarou que, em todos os lugares por onde passou, deixou um histórico de honestidade, afirmando: “Quem me conhece não teria coragem de fazer uma oferta assim para mim”.
=========================
Nunca discuti valores com o prefeito, afirmou dono da Serrana
Dono de empresa investigada na Operação Mensageiro detalha relação com prefeito de Lages. A audiência teve início às 10h de ontem terça-feira (18)
No segundo dia de depoimentos relacionados às denúncias envolvendo agentes públicos de Lages, que foram presos na Operação Mensageiro, o primeiro depoente da terça-feira (18) foi o proprietário da empresa investigada.
Por videoconferência do Presídio de Joinville, ele detalhou a sua relação com os ex-secretários municipais e o prefeito afastado, Antonio Ceron.
Durante o depoimento, o proprietário da Serrana Engenharia, que atualmente leva o nome de Versa, revelou que teve diversos encontros com os ex-secretários de Lages, nos quais eram discutidos os pagamentos de propinas. No entanto, nos encontros com o prefeito Ceron, ele afirmou que nunca foram discutidos valores, apenas serviços.
Embora a planilha de controle de propinas, apreendida pelo Ministério Público, tenha citado o valor de R$ 800 mil destinado ao “prefeito de Lages”, o dono da empresa afirmou durante a oitiva que os ex-secretários municipais nunca mencionaram que os valores ilícitos seriam destinados ao chefe do poder executivo. No entanto, ele não descartou essa possibilidade, considerando que os agentes ocupavam cargos de confiança de Antonio Ceron.
Fonte: Portal SCC10
#BarãoOnline