A luta de quem foi atingido pela Hidrelétrica São Roque

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MAB ocupa entrada da Usina Hidrelétrica São Roque, entre os municípios de Vargem, São José do Cerrito e Brunópolis, para reivindicar direitos, numa luta de mais de 10 anos

Na manhã desta quarta-feira (13 de março), atingidos e atingidas de todo o país estiveram em luta pela implementação da Política Nacional de Direitos das Populações Atingidas por Barragens (PNAB). No Rio Canoas, entre os municípios de Vargem, Brunópolis e São José do Cerrito, as famílias atingidas pela Usina Hidrelétrica São Roque, lideradas pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), ocuparam a entrada da usina na tentativa de fazer valer seus direitos e reivindicar que sejam resolvidas as pendências que ainda ficaram após a instalação e funcionamento da usina.

Cerca de 70 famílias se reuniram no local onde era o acampamento dos atingidos, próximo à BR-282, e seguiram até o escritório da empresa, localizado no canteiro de obras da hidrelétrica. Um movimento pacífico, acompanhado por forças policiais que garantiram a segurança de ambas as partes.

Pauta de reivindicações

Os líderes do movimento entregaram uma pauta coletiva de reivindicações a fim de pressionar a empresa a comparecer às reuniões que foram encaminhadas em audiência pública, considerando que nos últimos encontros a empresa foi omissa.

Luta de mais de 10 anos

Antes desta ação, outros encontros foram promovidos pelo MAB, reunindo todas as famílias atingidas pela UHE São Roque, com o objetivo de promover um debate sobre as principais reivindicações dos moradores que estão em uma luta que dura mais de uma década.

Indenizações pendentes

Após o início da operação da usina e o recente alagamento do seu reservatório, um novo grupo de famílias foi atingido pelo empreendimento se somando a mais de dois mil moradores dos municípios de Brunópolis, Vargem e São José do Cerrito que já haviam sido impactados pela obra. Muitos deles seguem aguardando ações de reparação como indenizações pendentes e o reconhecimento de familiares que ainda não foram oficialmente considerados atingidos pela empresa Engevix, responsável pela usina.

Ao todo, aproximadamente 150 famílias participaram de três reuniões nas comunidades de Glória, distrito de São José do Cerrito, Ramo Verde, distrito de Brunópolis e Nossa Senhora das Graças, distrito de Curitibanos. Durante os encontros, foram apresentadas as dez principais reivindicações do grupo que incluem a necessidade de regularização das novas propriedades, onde parte das famílias foi reassentada, e o acesso a serviços básicos, como iluminação pública, água e energia elétrica nessas comunidades.

Os moradores também destacaram a necessidade de estruturas públicas, como estradas e balsa para deslocamento a partir das novas moradias. Também discutiram questão dos lucros cessantes das famílias e agricultores impactados, que ainda não foram reconhecidos como atingidos. Além disso, exigem a recuperação do lago e do entorno.

 

Fonte: MAB Usina São Roque

#BarãoOnline

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